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Conjuração Mineira – A Inconfidência de
Minas Gerais
A Conjuração
Mineira
Em 1785, a Coroa portuguesa apertou ainda mais o laço
fiscal, proibindo as atividades industriais e artesanais na
Colônia brasileira e taxando fortemente os produtos
que vinham da Metrópole. |
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Na Capitania das Minas Gerais, embora o ouro já estivesse
começando a se esgotar, o imposto anual sobre o minério
foi mantido nas alturas. O chamado Quinto, uma cota de 100
arrobas (uma tonelada e meia) de ouro por ano, sufocava a
população, quando Portugal resolveu apertar
o garrote, mandando executar a cobrança dos impostos
atrasados, conhecida como Derrama.
O então governador das Minas Gerais, Luís
Furtado de Mendonça, 6º Visconde de Barbacena,
agiu com rigor para cobrar a dívida dos mineiros,
acumulada em 538 arrobas de ouro. Sob força policial,
muitas famílias perderam todos os bens, o que alimentava
um forte ressentimento contra o julgo português. Foi
nesse panorama que surgiu a Conjuração Mineira.
Os principais líderes desta conspiração
eram membros da elite, padres, militares de alta patente
e mineradores abastados. O único representante das
classes mais desfavorecidas era o alferes Joaquim José
da Silva Xavier, apelidado Tiradentes por ter, na juventude,
ajudado seu padrinho no ofício de cirurgião
dentista.
Como homem do povo e chefe do destacamento que patrulhava
o Caminho Novo, estrada por onde o ouro escoava para o Rio
de Janeiro, Tiradentes era uma peça fundamental no
conluio.
Ideologicamente baseados na Independência dos Estados
Unidos, cujas colônias haviam se libertado do domínio
inglês em 1783, os conjurados tinham como objetivo
primordial tornar as Minas Gerais independentes de Portugal,
sob a instauração de um regime republicano.
Pelos planos traçados, o movimento tomaria as ruas
na ocasião da Derrama. Depois de prender o governador,
Tiradentes despertaria Vila Rica aos gritos de Liberdade.
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O Tiradentes de Portinari (1949)
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Em março de 1789, o Alferes seguiu pelo Caminho Novo
para o Rio de Janeiro, onde tentaria conseguir apoio para
a rebelião. Durante a viagem, no entanto, a conjuração
foi denunciada ao governador.
O delator cujo nome ficou mais fortemente marcado é
o coronel Joaquim Silvério dos Reis, mas, no processo
aberto contra os inconfidentes, conhecido como Devassa, destacam-se
também os nomes do tenente-coronel Basílio de
Brito Malheiros Lago e do capitão-de-campo (caçador
de escravos) Inácio Correia de Pamplona, entre outros.
Refugiado na casa de um amigo no Rio de Janeiro, Tiradentes
foi o último dos integrantes da Conjuração
Mineira a ser preso, no dia 10 de maio de 1789. Chamados de
inconfidentes, por terem traído a confiança
do Estado, os rebelados tiveram que aguardar três anos
até o fim do processo.
Ao término da Devassa, alguns haviam sido condenados
à morte e outros ao degredo, mas, horas depois, por
carta de clemência da rainha de Portugal, D. Maria I,
todas as sentenças foram comutadas para degredo.
A única exceção coube a Tiradentes, o
inconfidente de posição social menos elevada,
cuja pena de morte por enforcamento não foi alterada,
supostamente por ter sido o único a assumir a total
responsabilidade pela sublevação mineira.
Saiba mais
sobre Tiradentes – um herói sem rosto
Veja
os detalhes da sentença e execução de
Tiradentes |
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Abrolhos - Bahia - Foto:Embratur
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