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Biquíni – A moda que libertou a mulher

Um ano após a Europa sair da Segunda Guerra Mundial, um obscuro estilista francês, chamado Louis Reard, teve a idéia de lançar um traje bombástico, capaz de abalar a sociedade e gerar muito dinheiro.





Mulheres de biquíni em mosaico antigo - Bikini Girls Mosaic – Foto: Wikimedia

Os Estados Unidos haviam, então, acabado de realizar uma série de testes atômicos no pequeno atol de Bikini, no sul do Pacífico, e o nome exótico pareceu bastante apropriado.

Assim foi inventado o biquíni, um revolucionário maiô em duas peças que ajudou a libertar a mulher do excessivo moralismo da época. Mas, para ver mulheres de biquíni na praia, desinibidas e sem causar alvoroço, ainda demorou um bom tempo.


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O lançamento do primeiro biquíni ocorreu em 26 de junho de 1946 e realmente causou efeito semelhante ao de uma bomba atômica.

Como nenhuma modelo aceitou o desafio de vestir o pequeno traje, Louis Reard contratou a dançarina de strip-tease Micheline Bernardini para posar com a novidade numa piscina às margens do rio Sena, diante dos fotógrafos de moda.


No dia seguinte, a corajosa stripper e seu explosivo biquíni estavam em todos os jornais. “O biquíni é a coisa mais importante que surgiu desde a invenção da bomba atômica”, sentenciou na época Diana Vreeland, legendária editora de moda das revistas norte-americanas Harper’s Bazaar e Vogue.




Mas, apesar do estrondoso sucesso e de toda a publicidade gratuita que ganhou mundo afora, o biquíni vendeu muito pouco nos primeiros anos.

A peça exigia uma boa dose de audácia das mulheres, que tinham vergonha de usá-la em público e até mesmo como roupa de baixo. Fortes reações surgiram de todas as partes.

O Vaticano divulgou uma nota, assinada pelo Papa Pio XII, contra o uso do biquíni por mulheres católicas, e vários países, como Itália, Portugal, Espanha, França e Alemanha, chegaram a proibir o traje em lugares públicos.

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Foi o cinema, a partir da década de 50, que ajudou a colocar o biquíni na moda, com atrizes de corpos esculturais, em filmes clássicos como A um Passo da Eternidade, de 1953, com Deborah Kerr, ou E Deus Criou a Mulher, de 1956, com Brigitte Bardot.



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No Brasil do final dos anos 50, quando as vedetes Carmem Verônica e Norma Tamar usavam a peça nas areias da praia, em frente ao Copacabana Palace, formavam-se verdadeiras multidões.

O presidente Jânio Quadros, durante seu meteórico governo, em 1961, baixou uma lei que proibia expressamente o uso do biquíni.

Em 1984, Louis Reard morreu na miséria. Além de não ter ficado rico, como imaginava, teve sua invenção contestada por um costureiro famoso, Jacques Hein, que afirma ter criado o pequeno maiô durante a Segunda Guerra Mundial, e batizado a peça de Átomo.

A polêmica, no entanto, parece inócua, pois o biquíni, na verdade, já é usado desde a antiguidade, como provam os mosaicos de Villa Romana del Casale, um sítio arqueológico próximo de Piazza Armerina, na Sicília, Itália.

Ali, os mosaicos denominados Bikini Girls, mostram mulheres em trajes similares ao biquíni, fazendo exercícios, correndo ou recebendo a palma da vitória, após vencer competições atléticas.



Praia Azeda e Praia Azedinha - Búzios
Praia de João Fernandes - Búzios
Foto: Sérgio Quissak

 
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